Há um novo festival a formar-se na costa Oeste, organizado de raiz pela comunidade académica da Escola Superior de Artes e Design nas Caldas da Rainha, o Festival Impulso é um festival de aparente geração espôntanea repleto de urgência e dinamismo.


Na ocasião de celebração dos 15 anos do curso motor, a organização revelou na integra um cartaz de respeito em que destacamos entre as mais de 30 entradas do festival nomes como Paus, Pás de Problême e Filho da Mãe. 

O evento de três dias dá-se  já em Maio no Centro de Juventude. Entre jantares de corrida e planeamentos da produção iminente estivemos à conversa com Rubén Lopes, aluno de Som e Imagem e um dos mentores para este novo festival institucional Caldense    

 

__________________________________________
 


       Com o anúncio oficial feito à meros dias, o festival Impulso começa já no dia 23 de Maio. Há quanto tempo é que este festival era uma ideia à espera de acontecer?
 ___________________

 Segundo o professor Nuno Monteiro que é um dos cabeças do Festival, este já era um projecto planeado, não com esta magnitude, logo quando o curso fez 10 anos em 2013 salvo erro e na altura não foi possivél de concretizar. Então re-aproveitando a ocasião dos 15 anos do curso de Som e Imagem começou-se a planear isto talvez em inícios de Fevereiro e a intensificar-se o trabalho de producção no mês passado. E a coisa cresceu um pocado, pensámos em bandas como memória de Peixe e Cave Story e na sua afinidade com as Caldas e em príncipio ia ser só isso, nunca pensei que viesse a ter a magnitude que está a ter agora. Creio que chegámos a um ponto em que temos um cartaz capaz de competir com qualquer festival de música Portuguesa.



__________________________________________
      
      É impossível  afastar o nome do conceito não? O que é que é este Impulso?

 ___________________

Eu acho que este impulso é além de ter o "Im" de imagem e "so" de som, que é um trocadilho engraçado é também isso mesmo, pretende de alguma forma impulsionar a cidade mas também a escola e começar a mostrar a algumas pessoas da cidade e entidades que ter uma coisa destas neste tipo localidade é viável e que cria opurtunidades para todos. É algo que só pode trazer benefícios à cidade. Daí o nome Impulso, nós queremos de alguma forma que isto seja o primeiro impulso para o que pode vir a seguir se isto correr bem.


__________________________________________
 
Organizado por um dos Cursos da ESAD Caldas da Rainha, Som e Imagem mais concretamente, a verdade é que já estavam  aqui reunidas  todas as condições para um evento deste género, não?

 ___________________

Sim, fazia todo o sentido. E felizmente nós temos um equipa de producção quer de alunos quer de professores super motivada, mas acho que daqui para à frente tem de começar a haver muito mais, além do interesse dos próprios alunos tem de começar haver muita mais picardia dos professores no sentido de começar logo a preparar os alunos nisto e incentivá-los para pegar nisto e levar a uma coisa melhor.
Além de termos condições excelentes temos uma equipa de alunos muito muito boa e não só do curso mas de outras coisas que se passam na cidade...acho que temos demasiadas cabeças brilhantes para estarem a trabalhar separadas.  Porque esta é uma cidade que não consegue comportar tantos eventos separados e a ter tantas pessoas a fazer coisas sozinhas, mas se todos se reunirem para fazer festivais como este ou coisas como o próprio Caldas Late Night acho que é uma coisa que faz todo o sentido na cidade em questão por que lá está, este é um ambiente de comunidade e não faz qualquer sentido remar solo. Estamos todos a beneficiar com isto.  



__________________________________________
 
Este festival também surge num sitío que não é Lisboa, não é Porto, não são marcas, não são sítios e inserido num outro evento de iniciativa própria que é o Caldas Late Night, tudo ia de encontro a este ideal...
 ___________________

Sim faz e tocás-te num ponto bem importante que é não ser em Lisboa e não ser no Porto e não ser também um festival de marcas, acima de tudo este é um festival que nasce da interseção de Som e Imagem e da comemoração do aniversário do curso. É um festival de música lá está, mas que sabe englobar desde audiovisuais, videomapping, fotografia, filmes, videoarte.

E em contrapartida com Torres (Vedras) que é donde eu venho. Leiría é perto mas não é assim tão perto. Em Torres não há assim tanta coisa a nivél cultural a acontecer agora, está muito melhor, mas não havia e isso deve-se à proximidade com Lisboa. Entras na A8 e estás lá num instante e eu acho que isso acaba por matar um pocado as coisas porque faz falta nestes centros urbanos mais pequenos afastados das grandes metrópoles este tipo de coisa acontecerem, até para sediar algumas pessoas na própria cidade, porque depois o que tu vais acabar a ter é que com estes eventos que apesar de universais,  mas que acabam sempre por chamar um grupo mais jovem. Sobretudo para comunidades de artes é de certa forma desmotivante quando não vêm oportunidade de expressão.  E é isto, esta é uma chamazinha de esperança, que secalhar só imaginamos, ou não, esperemos que sim, possa sediar e trazer mais pessoas para o curso e cidade em forma de referência no meio da música. No meio do cinema, como já é muito mais conhecido, o musical existe mas tem os seus nichos. Acho que esta cidade a nivél artístico é uma bomba relógio à espera de acontecer.
 




__________________________________________
 
Como espaço escolhe-se o Centro da Juventude das Caldas, um espaço relativamente pequeno… o que podemos esperar de diferente nos três dias do Festival?

 ___________________

 Sim o espaço é relativamente pequeno, também para a dimensão que queremos ter do próprio evento em que esperamos ter cerca de 500 a 600 pessoas por dia. Ser o Centro da Juventude fazia todo o sentido, na medida em que o Tiago já foi aluno e professor da Escola, há a afinidade do centro com o próprio curso de Som e Imagem porque há algumas aulas de som que são no centro, eu próprio já fiz projectos no centro então fazia todo o sentido, a ponte estava feita e a porta aberta.

O que é que podemos esperar? Podemos esperar dois palcos, o BlackBox lá dentro curado por alunos da Esad e depois temos o palco Esad cá fora no recinto e que também é maioritáriamente curado por alunos da Esad. Mas podem esperar um Centro da Juventude completamente modificado pronto a receber o evento.


__________________________________________
 
Vamos falar agora do Line-up… este não é de todo um festival de género…

 ___________________

Nada, mesmo nada. e quando me vieram falar sobre isso e sobre as possibilidades primeiro finaceiras que tinhamos e mais tarde de estilo vimos que estávamos completamente livres para fazer um festival de música, porque é disto que se trata, mas não discordando com os seus outros rumos, mas podemos pôr sublinhado aqui apenas música. Não há aqui gênero, o que nós queríamos ter era alguns dos melhores nomes, não ligando muito ao rótulo mas enfim, alternativa portuguesa e depois ter em palco experiências emergentes de pessoas que andam no curso então o que fica é um cartaz super diverso. No mesmo dia podes ver uma banda rock, um artista de hip hop, uma banda mais de baile, um dj tecnho ou um pouco mais afrobeat. Tens por exemplo o Rui Filho da Mãe que é um guitarrista extraordinário e que é dos melhores músicos que Portugal tem e ao fim ao cabo era isso que queríamos, que a marca deste festival fosse um festival sem gênero.


__________________________________________
 
Entre Paus e Memórias de Peixe temos nomes como LoProds, Exxxtra e Shungababes, quem são estes outfits emergentes a dar corpo ao cartaz?


 ___________________

Estes outfits são compostos na sua grande maioria por alunos da escola. Exxxtra é um projecto de uma das organizadoras do festival, a Tânya; a Loprods é um projecto de eletronica beats de dois alunos do nosso curso de som e imagem e Shungababes é, não sei se alguma delas esteve em som e imagem mas sei que andaram na escola. Além disso temos outros projectos, como bandas mais pequenas como Lobo Mau, Elephant Maze, Eva Cigana que não tendo na sua totalidade membros do curso, são grupos que vão sendo integrados nos projectos finais de uma das cadeiras do curso de som então era isso que nós queriamos. Alunos na organização para que quem tem projectos emergentes ou em ascensão ou a começar a pouco e pouco pudessem ter um palco para tocar juntamente com aqueles grandes nomes que temos e isso faz todo o sentido.  



__________________________________________
 
Durante a apresentação do festival,  “Ano 0” foi um key factor. O que é preciso acontecer para este impulso tornar-se recorrente?

 ___________________

 Para que o impulso se torne recorrente, recapitulando o que já tinha dito é que logo desde o início junto dos alunos tem ser aberta uma simbiose de motivação para isto continuar a acontecer. Dar um mote de imaginação dos alunos para depois terem um input nas escolhas de programação do festival. Por exemplo quando me vieram falar do festival e se pôs a hipótese em cima da mesa de vir Paus nunca ninguém ficou muito convencido porque não parecia ser uma coisa viável a nivél financeiro ou de dimensão mas, acabou por acontecer e então é isso. Este é o ano zero, para haver um segundo ano é preciso mais tempo, mas também mais meios. Acreditamos que isto vai correr bem e que consegue tornar-se num staple do curso e da própria cidade por isso tem tudo para crescer.





__________________________________________
 
Consideras este um festival de intervenção?

 ___________________


   Gosto desse adjectivo, não sei se intervenção é a palavra mais correcta mas sim, podes ver isto como um festival de intervenção pelo que está a tentar fazer na cidade e na região Oeste que era um pocado daquela descentralização que estávamos a falar. É um sim é um não, sim pela marca que estamos a deixar para a escola e para a cidade mas não pois não sei se de início era essa a nossa intenção, involuntariamente acaba por o ser mas isto parte de celebrar o curso, celebrar a música num evento de música e a tudo o que lhe está associado.



__________________________________________
 
Por último quando voltamos a receber notícias do Festival?

 ___________________

Todos os dias na internet, nós temos facebook, Festival Impulso. Temos instagram, de mesmo nome. Todos os dias são postos lá teasers, as própias bandas a anunciar que vêm cá, contéudo media, entrevistas, videoclips tanto no facebook como nas stories do instagram. Portanto todos os dias o festival recebe um update. 
Os bilhetes faço agora referência, são 15 euros para os três dias até o dia 15 de Maio, depois disso são 20, agora em exclusivo na BOL. Se tudo correr bem para a semana terermos uma banca de apoio para a venda dos bilhetes.
Por isso se nos quisererm acompanhar: Festival Impulso, com o curso temos também o site de comemoração dos 15 anos do curso onde estão um monte de filmes muito bons de alunos e ex-alunos do curso,  e que está na nossa página. Acompanhem, vão e apoiem porque isto é um festival de todos para todos.
Obrigado e um especial agradecimento à Câmara Municipal (Caldas da Rainha) ao Centro da Juventude e à ESAD.CR
    


Fotografia Adicional: Nuno Conceição | Untitled Vinyl